quinta-feira, 26 de abril de 2012

Documentário: Donos de Portugal



«O executivo do Estado moderno não é mais do que uma comissão para administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa»
de O Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, 1848.

terça-feira, 24 de abril de 2012

PS, PSD e CDS - os partidos da ditadura do grande capital

Da página de facebook Donos de Portugal:
Dos currículos de 115 governantes e ex-governantes dos últimos 30 anos (PS, PSD, CDS), resulta um mapa das ligações que tecem entre grupos económicos onde ocupam ou ocuparam funções dirigentes.
Para mim, vai ficando cada vez menos compreensível a surpresa que muitos ainda fazem perante expressões como "vivemos numa ditadura do grande capital", ou a referência de classe a determinados partidos com frases como "os partidos burgueses...".

O diagrama acima dá uma pista. As conclusões, tira-as tu.

Para mim, repito o seguinte:
«O executivo do Estado moderno não é mais do que uma comissão para administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa» - Marx e Engels
A frase ganha maior dimensão quando compreendemos que os Estados são por definição ditaduras. A questão fica se queremos à frente do executivo do nosso Estado uma ditadura da maioria sobre a minoria, ou o inverso, e queremos uma ditadura da minoria sobre a maioria (tal como se sucede há 30 anos).

Só mais uma coisa: a frase é uma citação duma obra do século XIX. É incrível a quantidade de ensinamentos que desaproveitamos de antepassados nossos e que poderíamos usar para melhorar a nossa qualidade de vida. No entanto, somos bue da inteligentes, até sabemos calcular integrais triplos e livrarmo-nos da indeterminação de limites, felizmente, pois é uma cena útil para determinar o volume de transacções* durante o nosso estágio não-remunerado num dos grupos económicos acima referidos.

* ps: os números negativos vão dar jeito.

domingo, 22 de abril de 2012

Duas transcrições de «Capitalismo para Totós»

I - "todos os Estados são por definição ditatoriais"
Todavia, a verdade é que todos os Estados são por definição ditatoriais - a questão é que as democracias são ditaduras da maioria sobre a minoria e nos estados capitalistas a ditadura é exercida por uma minoria sobre uma maioria.
II - "Menos Estado, melhor Estado"
"Menos Estado, melhor Estado" é um lema absolutamente disparatado do ponto de vista da lógica, mas profundamente perigoso do ponto de vista político. (...) Acresce que o chavão se associa a uma mentira. Na verdade, "menos estado, melhor estado" não significa nem "menos estado", nem "melhor estado" taxativa e transversalmente. Por exemplo, é verdade que defendem "menos estado" nas escolas, na segurança social, na saúde, na inspecção do trabalho, na segurança pública, mas defendem "mais estado" no apoio aos banqueiros corruptos, nas forças repressivas, no aparelho burocrático e clientelar.
As duas transcrições foram retiradas da série Capitalismo para Totós, do blogue Império Bárbaro (I e II). Recomendo a série, é uma excelente leitura.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Abandono do Ensino Superior na «Grande Reportagem»



A desculpa - dizem - é que não há dinheiro. Pois!
Imagem de Até Quando?

Cá para mim, no fundo, é isto:
«O executivo do Estado moderno não é mais do que uma comissão para administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa» - Marx e Engels
PS: há uma coisa chamada "consciência de classe"...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Abaixo-assinado, mais comboios e carruagens no Metro

aqui escrevi sobre a redução de carruagens no metro de Lisboa. Volto ao assunto para divulgar este abaixo-assinado:


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Submarine (2010) - 7


Oliver Tate é um puto porreiro. Ele é consequência do casamento de dois estóicos que copularam uma vez à meia luz num quarto sem pó. É, apesar disso, um rapaz surpreendentemente saudável. Chegado à adolescência, a sua moral pequeno-burguesa tem o primeiro desafio ao gozar com a gorda da escola para chamar a atenção de uma miúda. Essa miúda, vestida com a cor do pecado é, segundo o próprio Oliver Tate, socialista. Ela usa um casaco vermelho que faria dela o coelho do País das Maravilhas. Ela é o coelho do Submarino. É na verdade um coelho amarelo.

Oliver Tate sonha acordado, apaixona-se, livra-se do estoicismo das sua figura paterna e materna para oferecer-se a uma mulher. Engata-a no sítio mais romântico do estaleiro da zona industrial por debaixo das gruas. É uma imagem a milhas de distância dos miúdos do Soeiro Pereira Gomes, da sobrevivência, do trabalho árduo. Oliver está antes em busca da felicidade ao querer largar o tédio e a sua vida cinzenta, mas confortável, e ali, à beira daquele belo rio poluído, ele apronta-se para se maçar seriamente com os fluxos hormonais de outro ser humano. Não tenham pena. É novo, é ingénuo, mas jamais inocente. Só lhe interessa que a virgem suba ao topo da oliveira e responda sim.

Oliver Tate é o personagem principal de Submarine. Um filme bonito, bem construído, divertido, diferente. A banda sonora encaixa-se perfeitamente como segunda narração. A primeira, é proferida pelo próprio Oliver. O filme não é excepcional, mas é especial.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Férias, sinónimo de tempo livre


Uma semana de férias algures acima do Mondego. Falou-se e ouviu-se:
  • "aqui está-se tão bem!"
  • "o tempo aqui passa mais devagar"
  • "não temos pressa"
  • "é uma calma! não há stress..."
  • "é para momentos como estes que uma pessoa vive"
  • "não me apetece nada voltar [amanhã para o trabalho]"
Foi disto e de muito mais frases semelhantes que ouvi esta semana. Os autores delas falavam inconscientes, ou talvez semiconscientes, de que expressavam nas entrelinhas desejos característicos do nosso tempo: o capitalismo. Esta semana recomeça o trabalho e as 8 horas em que se vêem obrigados a vender as suas forças de trabalho, são 8 horas que condicionam todas as outras horas dos seus dias, sempre angustiados pela ditadura do relógio e dos alarmes sonoros. Por detrás do desejo, na verdade, esconde-se uma necessidade. A necessidade de tempo livre. Tempo para aqueles "momentos pelo qual uma pessoa vive".


No cimo da aldeia, a igreja, e do topo o som simulando um sino ecoava a partir dos megafones marcando as horas. É Páscoa, portanto, não tenham dúvidas que nestes dias foram as cerimónias religiosas que condicionaram e disciplinaram restantes horas do dia. Ali estava a ainda o ditador de outros tempos, a Igreja. Mas não era deste ditador que se temia, era outro, e hoje, segunda-feira, ele torna-se bem óbvio... é o relógio.

Cuidado!, pois é mera aparência: o ditador não é o relógio. Ele não é o mau desta história. Nem o tempo passa mais devagar acima do Mondego. Mas isso não interessa nada agora, cala-te Bruno, e deixa-me ouvir os passarinhos.

domingo, 8 de abril de 2012

Duas páginas sobre a Segunda Guerra Mundial

História ainda não foi um assunto que me tenha debruçado devidamente, confesso. No entanto, não me arrependo. O tempo foi antes aproveitado noutras direcções, em que destaco a exploração do que era afinal o marxismo, e mais precisamente o materialismo dialéctico. A filosofia e o método de que se trata é a maior mais-valia entre tudo aquilo que aprendi nos livros, artigos, vídeos... A busca e a compreensão do materialismo dialéctico teve como consequência mais óbvia, brutal, e imprevisível, o ter-me tornado comunista.

Óbvia, porque mudou radicalmente a minha forma de pensar. Brutal, porque não é fácil tamanha mudança, em que a transformação pessoal resultou em algo que antes (de certa forma) repudiava. Imprevisível, pois... Talvez um dia acrescente mais sobre isso, mas a contradição que se mantém ainda, e aqui pretendo expor, é a minha enorme ignorância sobre história. O interesse por explorar o assunto foi crescendo juntamente com o evoluir dos estudos sobre Marx e Lenine (entre outros), particularmente sobre a URSS, e a primeira grande leitura foi com o livro Dez Dias que Abalaram o Mundo de John Reed. É uma crónica dum jornalista que descreve os primeiros dias da Revolução Bolchevique. Com a leitura deste livro ficou-me bem mais claro a imensa obra colectiva que foi a Revolução de Outubro, e que será necessariamente qualquer revolução. Se tinha ainda alguma ilusão de que uma revolução poderia ser pacífica, ela perdeu-se de vez. A seguir, lembro-me de ter lido A Mãe, de Gorki - uma história que ocorre ainda sob o czarismo. É uma história de ficção, é certo, mas que faz uma excelente exposição daquilo que cresce dentro das pessoas e se desenvolve no meio dum povo oprimido, até ao momento em que a revolução se realiza.

Ultimamente, a minha curiosidade tem sido espicaçada para estudar a Segunda Grande Guerra por causa de pequenos textos (sobretudo de blogs). Li hoje que este ano faz 70 anos que se iniciou a Batalha de Estalinegrado, e isso serve-me como desculpa para este post em que promovo duas dessas páginas que me têm espicaçado a curiosidade:



1943, Location: Volkhov Front. Nurse or Doctor Kolesnikova prepares wounded soldier for evacuation to the dog sled from the battlefield.
(clica nas imagens)

A primeira ligação é para um blog pessoal com ênfase na Batalha de Estalinegrado, do mesmo autor do blog o Companheiro Vasco. A segunda ligação é para uma nova e curiosa página do facebook sobre as enfermeiras soviéticas no campo de batalha durante a Segunda Guerra Mundial.