sexta-feira, 29 de junho de 2012

Howl (2010) - 6

É interessante como o filme está montado em volta do poema Uivo (Howl) de Allen Ginsberg. Sem que seja um filme que me tenha entusiasmando muito, o poema vai ganhando intensidade durante a obra, e por fim, o filme acaba por ser inclusivamente inspirador.

Apesar de saber que nos EUA casos de censura houve pelo crime de obscenidade (!), não me deixou de surpreender o julgamento, cujos argumentos e provas (!) eram baseados na necessidade e pertinência do uso pelo artista de determinados termos termos e imagens. Metem-me um certo nojo estas bestas pudicas que tentam negar-se na sua própria natureza humana e se amedrontam perante o seu reflexo na arte... lascívia, lascívia, lascívia, é o "pecado" destes ascetas que fica por libertar num uivo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eu é mais bolos


A melhor coisa dos jogos da selecção nacional numa fase final de um campeonato são os bolos. Essa invenção que uma santa pessoa teve de fazer um bolo de chocolate para ajudar a selecção, simplesmente deu sentido a este campeonato da Europa. Lamentavelmente, este próximo domingo, não haverá bolo.

O bolo, tenho em conta o resultado da eliminatória, estava com erro de fabrico. A tese é que contra a selecção de Espanha devia-se ter usado chocolate branco, e isso não foi feito: a confecção da sorte foi descorada! O que para mim, faz todo o sentido. Tudo isto faz sentido, para mim. Faz o sentido todinho.

No final, já a selecção se tinha escalamocado contra o poste, planeou-se novas formas de manter a cabeça distraída das más notícias. Sem o "desporto rei" nas conversas, sobrará o assunto daquilo que nos vem sobrando. Era assim confessado o medo perante a vertigem da crua realidade que teima a não melhorar só por si. Fiquei sempre calado. Tenho andado calado. Mas, devia ter falado e sugerido um bolo por cada novo desempregado na nossa rede de amigos.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Capitalismo = Pensamento único


(clicar na imagem para ler os títulos)
Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o aprisionam.
Bertold Brecht

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Os políticos é que são os culpados, eu não.

Além de corruptos, oiço frequentemente dizer-se que "os políticos são todos uns mentirosos". Mas geralmente quem o diz continua a dar ênfase ao que eles falam e não ao que fazem!

Quando digo "ao que fazem", refiro-me, por exemplo, em procurarem saber quando e porquê se levantaram ou se deixaram ficar sentados durante as votações na Assembleia da República.

Após esse exercício, cairia a generalização "são todos". As pessoas bem-intencionadas dariam então a atenção devida aos que não são mentirosos, nem corruptos; quem sabe até, votariam neles. Seria um exercício de quem se digna a ser cidadão. Afinal, cidadão é um cargo político.

Assim sendo, será que os tais cidadãos estão a confessar que "são todos uns mentirosos"? Isso é - juntamente com o abdicar do exercício de cidadania - também um tipo de corrupção.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Síntese da Guerra na Síria (II)

No seguimento do post Sintese da Guerra na Síria (Março de 2012) é agora necessário divulgar a versão exposta nesta notícia, de onde transcrevo os seguintes três parágrafos da nota de Michel Chossudovsky:

Esta notícia incisiva do jornalista russo independente Marat Musin desmonta as mentiras e falsidades dos meios de comunicação ocidentais.
 (...)

O massacre em Houla está a ser atribuído ao governo sírio sem ponta de justificação. O objectivo é não só isolar politica e economicamente a Síria como arranjar um pretexto e uma justificação para desencadear uma guerra humanitária R2P (responsabilidade pela protecção) na Síria. 

(...)

É essencial inverter a maré da propaganda de guerra que se serve das mortes de civis como pretexto para travar uma guerra, quando essas mortes de civis foram executadas não pelas forças governamentais, mas por terroristas profissionais que actuam ao abrigo do Exército de Libertação Sírio, patrocinado pelos EUA-NATO.
Daqui: O massacre Houla: Terroristas da oposição mataram famílias leais ao governo, por Marat Musin.

sábado, 9 de junho de 2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

«Portugal» não é Portugal

As palavras produzem efeitos, sensações. Com elas se manipula o receptor da mensagem para o bem e para o mal. Isso faz-se consciente ou inconscientemente. Por isso, cuidado com a televisão.

Em vez de «Portugal» devia antes dizer-se «selecção portuguesa» ou «selecção de Portugal». Parece ser a mesma coisa, mas não é.

Nós, portugueses, somos constantemente bombardeados com estímulos audiovisuais que tentam promover em nós uma afinidade com a "nossa selecção" e com as marcas comerciais a ela ligada. É tudo negócio; e, ilusão. A selecção nem sequer é nossa!, e Portugal pouco ou nada ganha com os resultados da selecção nacional de futebol. Mas se isto pode ser discutível - será? -, uma coisa é certa: «Portugal» não é Portugal.