segunda-feira, 13 de outubro de 2014

No dia do Julgamento Final abrir-se-ão as urnas

Valerá a pena desconstruir as ilusões de alguém? Vale a pena expor a distância que vai da aparência à verdadeira essência do objecto teorizado? A maioria prefere criar um aparato teórico sobre o mundo que lhes acalme o espírito. Se faz sentido, se não choca contra sua moral, então a verdade pode ser substituída por um conjunto de crenças sem substância concreta. Por outras palavras: a maioria parece preferir acreditar naquilo que quer acreditar; sem confronto com a prática.

O silêncio é demasiado importante para ser arruinado em conversas de surdos. Quando a verdade não é o objectivo, resta o confronto de Egos ou o falar por falar.
"No dia do Julgamento, prestarás contas de cada palavra inútil saída da tua boca"
Ma ca medo!, pelo sim pelo não, nada irei dizer sobre o PS e o Costa, deixando o Julgamento e possível Inferno para o Rui, ele que arrisque suas palavras aos surdos: desconstruindo as ilusões de alguém.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Benfica, Porto e Sporting Vs Casa dos Segredos

Tatiana Neves é conhecida
por publicar fotos ousadas no facebook
e tem também um canal no Youtube. [fonte]
Parece que recomeçou a Casa dos Segredos. Vi há pouco na TVI. À mesma hora fazia-se o rescaldo dos jogos da Primeira Liga de futebol, na Sic Notícias e outras. O Benfica ganhou ao Moreirense.

Não se pense que o mais alienante é a Casa dos Segredos. Com olhos de ver ainda se aprende algo sobre os humanos e técnicas de manipulação mediáticas. Da conversa sobre futebol nem de futebol se aprende. Por exemplo, sobre o golo sofrido pelo Benfica nada de interessante foi dito, e só após desligar a TV e procurar na net li algo de interesse sobre o assunto, achando-as no local do costume.

Já pensaram no incrível potencial que poderia ter a televisão no desenvolvimento da sociedade? A televisão é provavelmente o maior desperdício tecnológico da história da humanidade.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Apenas choveu!

Ligo a TV e noticia-se que o transito de Lisboa está um caos. Ao vir para o trabalho, em Oeiras, outro caos em sentido inverso ao meu. Filas... Autocarros parados... Insultos e apitadelas... Gente e mais gente nas paragens... 

A manhã ainda vai no início, mas ainda ninguém se me queixou da precarização do sistema de transportes públicos e consequente excesso de carros. Se fosse uma greve a TV já lhes tinha ensinado a queixar. Hoje a culpa vai ser colocada na chuva. E nem choveu muito.

Se fosse uma greve, ainda era mais evidente o valor dos transportes públicos e de quem neles trabalha para o nosso dia-a-dia. As greves põem a nu o valor do trabalho. Hoje, apenas choveu. Apenas choveu!

sábado, 13 de setembro de 2014

SMUP - Sociedade Musical União Paredense

Há anos que procuro conhecer algo que valha a pena frequentar ao fim da noite em Oeiras. É complicado achar tal lugar quando se procura um sítio com preços simpáticos e sem tretas plásticas da moda. Não quero ouvir música de encher nem ter de pagar por cada actividade oferecida. Às vezes surgia uma casa interessante mas fechava quase logo de seguida.

Hoje, não em Oeiras mas perto, na Parede, conheci a SMUP - Sociedade Musical União Paredense - e fiquei encantado. A surpresa começou logo pela música e uma calma geral pouco frequente, tabuleiro de xadrez, mesa de ping-pong e... um campo de badminton! À porta anunciava-se um festival de Jazz!

Raramente entro num sítio e sei que irei voltar. E voltarei muitas vezes à SMUP. Não se respira um ambiente enfaixado para a venda, mas antes um ambiente de socialização livre de taxas. Quem quiser pegar num tabuleiro de xadrez, simplesmente pega num e joga; se se quiser sentar apenas para respirar, pode sentar-se sem ter de consumir; se quiser deixar de respirar, acho que também deixam mesmo não se sendo sócio da Sociedade.

Apeteceu-me fazer coisas destas... Em breve espero voltar para participar nisto:



terça-feira, 9 de setembro de 2014

O problema fundamental do nosso pensamento


Sempre me fascinou pela negativa a tendência generalizada para se complicar.
- Bruno, acreditas que o Mundo existe, certo?
- Sim.
- Então como é que ele se criou? Foi Deus que criou.
 Penso eu, mas não sou erudito, que seria muito mais simples o Mundo ter-se criado por si ou ter sempre existido. Não haveria assim necessidade de se introduzir mais entidades à equação. Contudo...
- Note bem que é uma lógica infinita. Se Deus criou o Mundo então quem criou Deus? - disse eu.
- Mas Deus é deus!
Caiu-me toda a epistemologia em cima, o disjuntor das sinapses disparou e lancei um grunhido!! De seguida ouvi Engels nos céus com a sua barba branca e voz estridentemente fininha:
«O grande problema fundamental de toda a filosofia, em especial da filosofia moderna, é o da relação entre o pensamento e a existência [...], a relação do espírito com a natureza [...], o problema: qual existe primeiro, o espírito ou a natureza? [...] Consoante era dada uma ou outra resposta a este problema, os filósofos dividiram-se em dois grandes campos. Os que afirmavam que o espírito era primordial face á natureza, e portanto aceitavam, em última instância, esta ou aquela criação do mundo [...] constituíram o campo do idealismo. Os outros, que consideravam a natureza primordial, pertencem às várias escolas do materialismo.»

(FH, in Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Alemã Clássica)
 Foi assim que comecei a minha caminhada espiritual.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A Terceira

Não tenho meios para fundamentar devidamente esta tese, mas estou cada vez mais convicto disto:
Não se trata tanto de saber quando ocorrerá a Terceira, mas antes que acontecimento será dado no futuro como tendo despontado a Guerra. 
Vou fazer uma lista dos arquiduques vivos.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Um homem vulgar

Ontem um senhor cinquenta de muitos anos fazia conversa comigo. Dava grande importância em ser simpático para tudo e todos. As outras pessoas importam-lhe hoje mais do que antes, pareceu-me. Provavelmente um sinal de que nunca como agora ele precisa tanto dos demais. Explicitou que gostava de falar comigo! Logo eu que não gosto de fazer conversa de circunstância...

Perguntei-lhe a certa altura o que vinha ali fazer. Ele ia explicar, e para o me responder teria de puxar pelo curriculum, pela experiência, por tudo aquilo que o fazia importante para estar ali estar a fazer o que foi fazer. 

- Sabe, eu...

Foi então que ele interrompeu a resposta ainda antes de a começar, olhou fixamente em frente, com ar reflexivo e

- Não! Na verdade sou um indivíduo completamente vulgar. Vulgaríssimo. Sou vulgaríssimo.

Pausa. Olhar fixo em frente e reflexivo.

- Sou um indivíduo vulgaríssimo.

Momento intenso. Olhar intenso. Tom de voz intensíssimo. Não lhe respondi. Em momentos destes penso de mais para conseguir ter espaço para conseguir falar. Lembrei Sagan. As famosas passagens de Cosmos em que tudo depende da distância de perspectiva.

A Terra, a Via Láctea, é só uma partícula de pó no imenso Espaço. Tão pequenina é a nossa constelação que o planeta Terra se torna insignificante. Poeira cósmica vulgar, vulgaríssima. Porém, é praticamente tudo o que temos. Para nós, que aqui vivemos, a Terra é o planeta mais importante.

Ali ia um homem vulgaríssimo.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O Desperdício - elemento estrutural

Erro comum e clássico dos nossos tempos é tratar da Economia como sendo sobretudo gestão dos dinheiros, confundindo-se também Economia com Finança. Miséria das misérias da Economia, como ciência, é que as faculdades ensinam com ênfase nesse mesmo erro. O dinheiro é como uma imagem do valor, não é o valor em si. Por outras palavras: há um hiato entre o valor de algo e o seu valor comercial. O resultado é que em vez de se estudar e se tentar gerir os recursos do planeta segundo os seus valores, apenas se olha esses recursos em valores monetários, consequência também de uma obsessão estrutural pelo lucro. 

Um supermercado é uma imensa fantasia de um mundo de necessidades satisfeitas. A mercadoria vira fetiche. Cada produto esconde uma imensa vida atrás de si, um emaranhado gigante de inter-relações humanas com escala espacial de dimensão global e, inclusivamente, na escala temporal anterior aos primeiros registos históricos. Por detrás de uma pizza congelada de supermercado esconde-se casos de produção do tipo esclavagista [1, 2, 3…], crimes ambientais [1, 2…], empregos legais pagos abaixo do limiar de pobreza [1]… 

Mas o pormenor que vou evidenciar é um facto simples e que paira à frente dos nossos olhos: o capitalismo é o sistema de produção do desperdício. Nunca antes as sociedades humanas viveram num sistema social em que o desperdício se tornasse estruturalmente necessário para a sua manutenção. Vejamos este gráfico que analisa os desperdícios de comida nos EUA, em que 40 % da comida é desperdiçada!

http://www.takepart.com/article/2014/08/28/food-waste-consumed-and-lost?cmpid=tp-ptnr-upworthy

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Desinteresse...

Estou a forçar-me a escrever, a fazer qualquer coisa, mas reparo que nenhum assunto me motiva ao ponto de valer a pena ser lido. A utilidade de um texto vem com esforço, muito esforço quando não há paixão ou outra motivação menor. Num dia onde a coisa mais emocionante foi meter gasolina dez cêntimos mais barato, ou a miúda que ao almoço implicitamente assumiu ter medo de fantasmas, que assunto valerá a pena escrever? Fantásmas?! Cool, afinal, nem tudo está assim tão mal!

Contudo, tem-me restado ir lendo por aí quem vá falando, mais e melhor, daquilo que quase me tem motivado o suficiente para escrever. Sigam os links acima.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Tempo de Antena do PCP - Sobre a adesão à CEE (1985)

Se a forma tem aos olhos de hoje um certo grau de surrealismo e surpresa, é no conteúdo que está o verdadeiro desafio. Este Tempo de Antena do PCP em 1985 é demonstrativo de que o povo português foi avisado. Houve quem tivesse previsto e prevenido.


E é mais uma faixa de A Cassete.

domingo, 8 de junho de 2014

Diogo Morgado em A Guerra dos Tronos - Jornalismo?

link
Praticamente deixou de haver jornalismo. O negócio agora é outro. Estamos tão habituados à mediocridade actual que nem lembramos ou sabemos o que é jornalismo.

Este exemplo é revelador do nível degradante a que chegou a generalidade da imprensa escrita.

O Cabelo do Aimar inventou uma notícia numa conhecida ferramenta de criação de notícias falsas. A malta costuma usa-la para brincar com os amigos. Escreveu ele que o actor Diogo Morgado teria sido escolhido para integrar o elenco da série A Guerra dos Tronos - treta, claro!

Resultado? O DN, um dos ditos jornais de referência, botou notícia com fontes e tudo. Bom trabalho!

Depois foi só copiar e colar, às vezes acrescendo um toque "jornalístico" para aparentar originalidade, por esses jornais fora. Ao menos, desta vez, a mentira não foi sobre algo importante como foi em relação à Ucrânia, Líbia, Venezuela...


Adenda:
A notícia de que Diogo Morgado deverá integrar Game of Thrones acabou de passar no Jornal da Tarde da SIC. Tão surreal que já não sei se este post é a verdade ou a mentira.

Adenda segunda:
A Bola, Observador, CineBox da TVI (que entretanto percebeu que era treta)... Mas o JN vai mais longe e garante que Diogo entra na série. Capa do JN de hoje.

Adenda final:
Comprovativo.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Desembarque na Normandia, ou as distorções da História

(texto de Margarida Tengarrinha)

Reunir-se-ão hoje, com Obama, os vários chefes de Estado europeus (entre eles também estará Putin), para comemorar na Normandia o que todos os meios de comunicação social não deixarão de chamar "o momento (ou a batalha) decisivos para acabar a Segunda Guerra mundial e derrotar Hitler", por estas ou outras palavras, será este o tom geral.

Para defender a verdade histórica, porque estive na União Soviética nos sítios das verdadeiras batalhas decisivas, vi as ruínas e as terríveis destruições provocadas pelo exército nazi, conheci alguns sobreviventes e falei com eles do simples e modesto heroísmo dos verdadeiros herois que não podiam esquecer, e assim conheci a verdade histórica nos próprios locais, quero com as palavras simples da verdade, concorrer para repô-la.

Quando se formou a Aliança dos Estados que combatiam o exército nazi, Roosevelt e Churchill comprometeram-se perante Estaline a abrir a segunda frente (a ocidente) em 1941. Foram adiando enquanto os exércitos nazis invadiam a URSS e chegavam a Leninegrado, Moscovo e Estalinegrado, enquanto Hitler ia clamando vitória. A tal segunda frente não se abria... só se abriu, com a entrada na Normandia, em Junho de 1944.

Entretanto, o que acontecia na Rússia?
  • A Batalha de Leninegrado decorreu entre 10 de Junho e 1941 e 1 de Março de 1944. Foi o cerco de uma cidade mais longo de toda a História mundial. O bloqueio foi rompido a 7 de Janeiro de 1943 e as tropas soviéticas passaram ao ataque em 14 de Janeiro de 1944. E em 1 de Março desse ano lançaram uma poderosa ofensiva que fez recuar as linhas inimigas entre 220 a 280 quilómetros dos limites da cidade.O exército nazi só recuou definitivamente dessa frente em Agosto de 1944.
  • A Batalha de Moscovo decorreu entre 30 de Setembro de 1941 e 20 de Abril de 1942. As tropas soviéticas passaram à ofensiva nos dias 5 e 6 de Dezembro de 1941. Entre 7 e 10 de Janeiro de 1942 lançaram uma ofensiva em todas as frentes. Em Abril de 1942 o inimigo tinha recuado entre 100 a 200 quilómetros para longe da cidade.
  • A Batalha de Estalinegrado decorreu entre 7 de Julho de 1942 e 2 de Fevereiro de 1943. As tropas soviéticas passaram à ofensiva nos dias 19 e 20 de Novembro, conseguindo cercar 28 divisões alemãs (330 mil homens) e impor a rendição às tropas do General Von Paulos (91 mil homens).
  • A Batalha de Kursk - as tropas alemãs, que iam recuando, lançaram um poderoso contra-ataque mobilizando toda a sua capacidade em tanques e carros blindados. Esta batalha, na região chamada "o Arco de Kursk" decorreu entre 5 de Julho e 23 de Agosto de 1943 e foi decisiva para a expulsão do Exército Alemão da terra russa. A seguir, o Exército Soviético começou a libertação da Polónia, avançou para a Moldávia e Roménia e Checoslováquia.
A chamada "abertura da Segunda Frente", com o desembarque na Normandia das tropas britânicas e americanas, que é comemorado hoje, deu-se no dia 6 de Junho de 1944, quando o exército alemão já estava em pleno recuo e as tropas soviéticas, avançavam para Berlim, que de facto tomaram.
(texto retirado daqui: https://www.facebook.com/margarida.tengarrinha/posts/1418776138403178 )

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Deckard segundo Sartre


Deckard não queria aceitar, mas aceitou o novo trabalho como Blade Runner porque foi coagido.

Se estivesse verdadeiramente consciente da sua Liberdade teria recusado, estando ou não coagido por terceiros. Só que ele, na fase inicial do filme, ainda não apreciava verdadeiramente a sua própria humanidade.

Para apreciá-la, ele teria de ter já consciência que era responsável pelas suas escolhas, e não qualquer outra entidade exterior a determinar as suas acções.

Ao contrário dos "Replicants", os humanos não foram construídos com uma essência previamente determinada, esta última é uma construção. Em relação aos seres humanos a existência precede a essência.

Mas será Deckard realmente um humano?

(anotações e corrupções interpretativas a partir do livro Philosophy of Neo-Noir, por Mark T. Conard)

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Apesar da Peste há sempre uma Centelha

O bom, apesar de tudo, e nomeadamente disto, é que há sempre algo como isto:


sexta-feira, 9 de maio de 2014

Massacre de Odessa de 2014

Têm sido dias complicados para se seguir. Alguns acontecimentos são especialmente impressionantes. Sobretudo o massacre feito em Odessa, Ucrânia. Com pouco tempo para ler, analisar e escrever sobre o caso, este post serve para deixar o registo do assunto na etiqueta Caderno de Apontamentos:

- Ode a Odessa, por Irene Sá, in Manifesto 74;
- Este e este vídeo.

Apesar da falta de disponibilidade, há sempre lugar à reflexão. Neste blog havia uma etiqueta de nome Rumo ao Fascismo, mas esqueçam, definitivamente, por este e outros acontecimentos, ele já chegou.
Ode a Odessa

Ode a Odessa

Ode a Odessa

domingo, 6 de abril de 2014

Jorge Jesus e a Linguagem

Jesus pode não saber falar, mas apesar disso, pelo que diz, demonstra que sabe bem daquilo que fala. Prova disso é, por exemplo, como citou correctamente Lenine [1]:
«A prática é o critério da verdade»
Foi uma afirmação epistemológica correctamente aplicada por Jorge Jesus numa conferência de imprensa. Ele falou-a porque compreende-a, e ao fazê-lo, demonstrou mais uma vez que leva a relação dialéctica entre teoria e prática muito a sério. Outro exemplo é como elabora as rotinas de treino durante a semana, ao criar e aplicar exercícios que predominantemente simulam situações de jogo... [2]

A Linguagem é uma ferramenta importantíssima para desenvolver e estruturar o pensamento. Falar bem é reflexo de inteligência; contudo, o que não falta por aí são bem-falantes que são mal-pensantes. Jorge Jesus consegue a proeza inversa. Estou convencido disso.

Isto surgiu-me agora a propósito disto.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Sobre a Ditadura do Proletariado... e a outra

Porque toda a gente defende uma ditadura, publico esta citação para direccionar quem por aqui me vai lendo para um texto que escrevi no no blog Da Peste à Centelha. Aqui:

segunda-feira, 17 de março de 2014

Cosmos em Doze Compassos

Hoje de manhã revi o primeiro episódio de Cosmos [1], de Carl Sagan, e agora à noite o primeiro da nova versão.  Como ambas as versões têm no primeiro episódio o mesmo guia geral, perdi parte da emoção que teria caso o tivesse visto sem rever a versão de Sagan. De manhã fui esmagado pela mensagem geral do episódio: "somos feitos de poeira estrelar" [we are made of star stuff]. Demasiado pequeninos no tempo e no espaço.

Mas se pequeninos nos sentimos por saber que nada mais somos que uns grãos de poeira estrelar, pessoalmente, ao ver a sonda Voyage 1 com o melhor que a espécie humana produziu simbolizada ao som dos Blues, comovente, senti um peculiar orgulho em ser um dos biliões de primatas pertencentes à espécie humana. São doze compassos de música enviados para o imenso espaço que demonstram como somos poeira estrelar bem interessante.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Rumble Fish (1983)

Absurdo. Tão inútil! Caminhar sob pulsões biológicas, somente. Prazer? No quê? Simplesmente caminhar a partir de pulsões biológicas. Haverá outras? Para quê?

E quando surge cor? Fugaz.

(Filme na íntegra aqui)

segunda-feira, 3 de março de 2014

Folheto: «Não à Moeda Única! Sim ao Referendo!» (1997)

Este folheto foi criado e distribuído pelo PCP em 1997. Transcrevo os quatro pontos chaves deste lado da «cassete»:
Clique na imagem para ler o folheto
1. PORTUGAL CADA VEZ MAIS DISTANTE DOS PAÍSES RICOS.

2. MAIS DESEMPREGO, MAIS GOLPES NOS DIREITOS SOCIAIS, BAIXOS SALÁRIOS, FALÊNCIAS.

3. SACRIFÍCIOS PARA LÁ ENTRAR E SACRIFÍCIOS AINDA MAIORES PARA LÁ CONTINUAR.

4. SOBERANIA NACIONAL REDUZIDA A MUITO POUCO, PORTUGAL A SER GOVERNADO DO ESTRANGEIRO.


A merda é a «cassete» ter estado correcta este tempo todo e nós termos entrado no Euro. Como é que algo tão importante não foi referendado?!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Manipulação Mediática: Extraordinário e/ou Ordinário

A manipulação mediática é quase omnipresente. A "verdade" propagada é absorvida como verdade, inclusivamente pelos que se dizem cépticos. Não basta ser céptico perante o que se vê e ouve, é preciso aprender a desmanipular a manipulação. Além disso, é ainda preciso procurar as outras versões da história e cruzar informações.

Há pessoas que não aprofundaram ainda este assunto. Estranhando elas o grau e os mecanismos da manipulação existente, frequentemente, subjugam-na a uma suposta «teoria de conspiração» ou à «mania da perseguição» de quem sabe e ousa dizer a verdade. A ignorância é atrevida! Este atrevimento apazigua-lhes o espírito perante desconcertante dimensão da censura e manipulação.

Foi o que me aconteceu ontem. Perante uma referência de como é grosseira a forma como o PCP e quase toda a luta popular é afastada das notícias, manipulada e a mensagem corrompida - havendo excepções momentâneas -, responderam-me que os comunistas tinham a mania da perseguição. Pois! Para ele a dimensão da censura e manipulação é ainda um acontecimento extraordinário, enquanto para mim, que já maturei o assunto, tornou-se um acontecimento ordinário.

Esta menorização do desconhecido a «teoria da conspiração» ou a «mania da perseguição» costuma ser uma tremenda falta de educação de quem o faz, numa forma eficaz de proteger o seu ego da própria ignorância. Ontem não foi o caso, simplesmente porque foi dito por alguém que tem coragem suficiente para se desafiar, aprender, e assim transformar o que no seu espírito é ainda extraordinário em ordinário.

Mais leituras:
- Goebbels ao pé disto é um amador, neste blog;
- A formação da mentalidade submissa, por Vicente Romano.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Kiev, Ucrânia, Europa, Fevereiro de 2014...


24 de Fevereiro de 2014
Início do Século XXI
Neste blog criou-se uma etiqueta chamada «Rumo ao Fascismo!». Ela não é, obviamente, um apelo a tal configuração política, antes pelo contrário, é um aviso, um alerta que a besta está viva.

Ligo a TV e não oiço revelarem a natureza política dos manifestantes mais activos nos últimos dias em Kiev. Então por que não o dizem? Eles são abertamente fascistas. O apoio por parte dos EUA e UE que recebem, promovendo que a Ucrânia se alie à União Europeia ao invés da Rússia, pôs um termo curioso na baila: euro-fascismo.

Não me interessa dissertar sobre o assunto por agora, mas a União Europeia é predominantemente de cariz fascista. É assim que a vejo. Logo o termo euro-fascismo parece-me muito ajustado.

Lembram-se da referência deste blog ao filme Novecento? Cada vez mais importante revê-lo. Sobretudo por este trecho que retiro do blog Manifesto 74:

O golpe está consumado. UE, EUA, FMI e NATO podem começar a armar a sua oligarquia e impedir que povo ucraniano saia da crise para o lado certo. Está em marcha a nova ordem: Svoboda. É assim que recomeça o fascismo, quando o capitalismo em falência se organiza para endurecer a repressão e a exploração. [link]
As próprias siglas no início da citação é uma consequência de o grande capital já estar organizado, mas... O sublinhado é meu. Fica o apontamento e as reticências para reflexão.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

De boas intenções estão Ucrânia e Portugal cheios

Nem um indivíduo age sempre de acordo com os seus interesses e necessidades. Nem um grupo o faz.

As necessidades objectivas das pessoas podem ser sentidas por elas, mas a sua forma para as satisfazer incompreendidas e agirem sob uma ilusão.

Por isso, cuidado quando se ouve alguém manifestando-se contra um governo tirano, falando em liberdade e luta popular. Gosto muito de o ouvir, mas quem o faz pode, mesmo com boas intenções, estar a promover um efeito contrário ao que necessita e lhe interessa. Inclusivamente, a fazer parte da ascensão do fascismo. É o que se sucede na Ucrânia. Foi o que assisti há momentos, através dum vídeo de uma manifestante ucraniana partilhado no facebook por uma amiga bem-intencionada.

No enorme grau de desinformação mediática existente acrescido da generalizada falta de cultura, não é de estranhar que se faça interpretações políticas erradas, nem acções cívicas desastrosas ao bem-estar da maioria de nós. Ninguém está a salvo. Nem na Ucrânia nem em Portugal.

O governo PSD/CDS de Coelho e Portas e companhia foi eleito por sufrágio universal. A maioria votou neles e deu um tiro nos pés. É só um exemplo.

É preciso agir. Entre os fascistas ucranianos e os partidos que sustentam o tirânico governo português existem pontos em comum. Além das afinidades ideológicas, um desses pontos é quem os financia: o grande capital.


Ler mais:
- A Ucrânia e o renascimento do fascismo na Europa, por Eric Draitser;
- O Boxeur-electrão e outras peças, por José Goulão.